Quaresma: Tempo de Conversão e penitência
A Quaresma é um tempo litúrgico de suma importância para Igreja Católica, com efeito, é um tempo diferente não só pelos paramentos roxos que trajará o padre, mas sobretudo pela mudança de vida e mentalidade que deve acompanhar-nos ao longo destes 40 dias. Durante os 40 dias que os cristãos se preparam, para dentre todas as solenidades cristãs, aquela que vem em primeiro lugar que é o Mistério Pascal.
Os 40 dias, que é a duração da Quaresma, é um período de tempo mais expressivo nas Sagradas Escrituras. Quarenta é um número de punição, provocação, arrependimento e descanso, mas acima de tudo, viver uma experiência de dependência absoluta em Deus. Foi depois de quarenta dias que contemplamos grandes feitos do Senhor, como por exemplo:
Moisés ficou na montanha com Deus por quarenta dias e quarenta noites (cf. Ex 34, 28);
Os israelitas exploraram a Terra Prometida por quarenta dias (cf. Nm 13, 25);
Deus adia a destruição de Nínive por quarenta dias, dando à cidade tempo para se arrepender (cf. Jn 3, 4);
Jesus foi tentado no deserto por quarenta dias (Luc 4,1).
A Quaresma é um tempo propício para fazer penitência, onde é marcada pelo convite ao arrependimento e à conversão, através das renúncias e mortificação da carne. Por isso, a Igreja nos lembra do homem velho e egoísta que vive dentro de nós e que precisa, para a nossa perfeita configuração a Cristo, ser morto e sepultado sob a mortificação dos nossos sentidos, da nossa falta de caridade, dos obstáculos voluntários que opomos à ação da graça. É com esta intenção que na inauguração do tempo quaresmal, durante o rito da imposição das cinzas é proferida a fórmula: “Convertei-vos e crede no Evangelho”.
Toda a nossa vida se torna um sacrifício espiritual, que apresentamos continuamente ao Pai, em união com o sacrifício de Jesus, a fim de que, por Ele, com Ele e n’Ele, seja o Pai em tudo louvado e glorificado.
E não podemos nos esquecer que a Quaresma é também o tempo de Nossa Senhora, a mulher do Apocalipse que se retirou para o deserto, a fim de vencer o dragão, a serpente maligna que pretendia devorar seu Filho. Peçamos, pois, o auxílio da Mãe Divina e vivamos esses quarenta dias na expectativa de novos céus e nova terra, no dia da ressurreição.
TEXTO: Sarah Pinheiro- Pascom