As Marias de nossa fé
O povo cristão costuma a invocar Maria com diferentes nomes desde os primeiros séculos. No início do cristianismo, a Mãe de Cristo era comumente chamada de Cheia de Graça (Gratia Plena), Virgem (Virgo), Mãe de Deus (Mater Dei), Estrela do Mar (Stella Maris), Senhora (Domina), Santa Maria (Sancta Maria) ou Rainha do Céu (Regina Coeli ou Caeli), como apontam documentos de teólogos, escritores leigos e padres católicos da época.
Com o passar dos anos, as aparições de Maria na Terra, as devoções baseadas em sua vida, os sacramentais relacionados a sua consagração e as doutrinas promulgadas pela Igreja deram a Ela diferentes e incontáveis títulos e designações. Maria de Nazaré, por exemplo, é chamada de Nossa Senhora de Fátima, por ter aparecido a três pastores na cidade de Fátima, em Portugal; também é conhecida como Nossa Senhora do Rosário, em função da devoção dos dominicanos a ela; e é aclamada como Mãe Imaculada, em detrimento do dogma de sua Imaculada Conceição, assim definido pela Igreja em 1854.
A ladainha de Nossa Senhora, canção popular que faz oração e prece à Virgem Maria, cita mais de 30 desses títulos em seus versos. O mesmo também faz a canção “Todas as Nossas Senhoras”, de Roberto Carlos.
Todos esses nomes, embora diversos, referem-se sempre à mesma Maria de Nazaré, virgem concebida sem pecado original, casada com José e mãe de Jesus. Dessa forma, quem clama a Nossa Senhora de Guadalupe, está fazendo o mesmo que quem chama a Nossa Senhora das Mercês e da Misericórdia. Maria é uma só. O seu amor, no entanto, é tão grande que não coube apenas em um nome.